Vivendo de aparências

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Provérbios 22:6

Há alguns anos ouvi uma história que me levou a refletir sobre a importância do caráter e boa conduta praticadas e ensinadas em casa.

A história conta que um jovem estava no corredor da morte quando recebeu a visita de sua mãe. Sua mãe se aproxima aos prantos de sua cela e começa a lamentar por seu ele, chorando desesperadoramente. Então ele pede que sua mãe se aproxime da cela e, quando ela acha que ele lhe dará um beijo, ele dá uma mordida em seu rosto e diz: “se hoje eu estou nesta situação é porque da primeira vez que eu peguei algo de um colega ou menti, a senhora não me reprendeu, então cresci sempre achando que a minha atitude estava correta. Portanto, se hoje estou aqui a principal culpada é a senhora”.

Esta história, apesar de ser fictícia, me levou a pensar: qual será o exemplo que estou deixando para os meus desbravadores? Será que estou ensinando a eles agirem conforme os princípios de Deus? Será que no futuro, ao encontrar algum deles, eles me culparão de não serem uma pessoa melhor porque eu não os ensinei?

Quando eu era desbravador tinha um amigo no clube que sempre que queria fazer especialidades, ele copiava as respostas das perguntas teóricas da internet e narrava que tinha feito os itens práticos e pedia para que sua mãe assinasse como prova à diretoria de que ele tinha concluído o requisito. O que me chamou a atenção não é o fato de ele mentir para conseguir algo, é o fato desta mãe não repreender o filho e ainda consentir com esta conduta inadequada.

Que cidadão para a nossa sociedade e para o reino de Deus este jovem se tornará? O que adianta viver uma farsa ou ilusão? Este jovem provavelmente irá sempre acreditar que o importante não ter ou ser algo, mas representar bem o papel que ele escolher. Não é isto que o diabo fez desde o principio, querer que o homem ocupasse um lugar que não é seu? “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”. Gn. 3:5.

O maior desejo de satanás era assumir o lugar Jesus, como ele não pôde usurpar o lugar do Criador, todos os dias ele batalha para que nós acreditemos que o lugar de Deus pode ser assumido hoje por cada ser humano, cada um pode ser o seu próprio deus. Parece que coisas tão “pequenas” ou “simples”, como a mentira ou trapaça, não fazem diferença, mas neste mundo onde o grande conflito é REAL, tudo está relacionado à nossa salvação.

No futuro espero que este desbravador, hoje já um adulto, não venha a ter problemas com sua conduta ética e acabe tendo complicações legais ou, quem sabe, até mesmo consequências eternas. Mas o que podemos esperar, quando desde pequeno aprendemos a fazer o que é errado? O que esperamos é que a nossa família e a liderança do Clube nos mostre como agir. Nossa natureza carnal está acostumada a agir conforme nossos próprios interesses e visando sempre ao melhor para nós. O foco da carne é o EU. Neste momento entra o papel dos pais em corrigir estes pequenos atos para que eles não se tornem um hábito. Quando algo se torna um hábito em nossa vida, torna-se ainda mais difícil se desfazer dele.

Este mesmo plano também se aplica à família de Deus. O Clube de Desbravadores é parte desta família e nós, como líderes, precisamos ensinar isso aos nossos desbravadores, mesmo quando todo o mundo age de maneira oposta. Precisamos incentivar em nossos desbravadores a criação de hábitos saudáveis e que edifiquem nosso caráter. Neste mundo o que precisamos entender é que nós precisamos cada dia mais sermos diferentes do mundo e mais semelhantes a Jesus.

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